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Campos na frente: Nobel da Paz recomenda vacina HPV para meninos

Por Daniele Mialha Vidal

Conforme noticiado pela Agência Brasil essa semana, o virologista alemão e prêmio Nobel de Medicina Harald zur Hausen afirmou que a imunização contra o vírus do papiloma humano (HPV) deveria ser estendida também aos meninos, uma vez que o HPV é transmitido sexualmente. A Prefeitura de Campos já está vacinando os meninos desde março de 2014, e as meninas desde 2010, mostrando que o município está à frente até mesmo do Ministério da Saúde, seguindo exemplo dos países desenvolvidos.


A Prefeitura vacinou mais de 55 mil adolescentes contra o HPV e cerca  de 100 mil doses já foram aplicadas. Desse total, 10.500 meninos foram imunizados. O Ministério da Saúde ainda não oferece as doses para os rapazes. Campos foi uma das primeiras cidades do país a implantar a vacina, de graça, no Programa Municipal de Imunização, para as meninas. Somente em março de 2014, a vacina contra HPV foi disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde pelo Governo Federal, mas só para as garotas, como explicou o secretário de Saúde, Geraldo Venancio. 

Para o Nobel, “É decepcionante que o Brasil só tenha iniciado um programa de vacinação em 2014. O licenciamento das vacinas na maioria dos países aconteceu em 2006. Veja o quão tarde as coisas começaram aqui no Brasil. É uma pena”, disse. Ele também classificou de “exagerados” os temores sobre os efeitos colaterais da vacina do papilomavírus humano (HPV), segundo a Agência de Notícias. 


- Não há evidências de que a vacina cause efeitos colaterais no sistema nervoso. Isso está ligado à Síndrome de Guillain-Barré [doença neurológica] que acontece, infelizmente, em um determinado número de pessoas em todos os lugares do mundo. Estudos mostram que a Síndrome de Guillain-Barré não é mais frequente em garotas vacinadas do que na população não vacinada – ressaltou o especialista.


Hausen ganhou o Nobel em 2008 por ter demonstrado, em 1983, a relação do papilomavírus humano (HPV) com o câncer de colo do útero. Atualmente, é um dos defensores da vacinação contra o vírus como forma de reduzir a incidência dessa forma de câncer e outras, como os tumores de laringe. “Eu não recebo dinheiro de nenhuma das empresas que produzem vacinas. Eu estou fortemente convencido de que a vacinação é muito boa”, afirmou o virologista.


Ele comentou que, na maioria dos países, os indivíduos do sexo masculino tendem a ter mais parceiros e parceiras sexuais do que as mulheres. “Eu digo muitas vezes, como provocação, que se você só vacinar os meninos, você provavelmente vai prevenir mais casos de câncer do colo do útero do que vacinando somente as meninas”, sugeriu o Nobel.


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Por Kamilla Uhl


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