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Não existe dia nem hora para se fazer Vigilância Sanitária

Por admin

Um trabalho às vezes silencioso, às vezes impactante, mas sempre necessário e que, por estar sendo muito difundido em Campos, através de ações educativas, tem provocado mudanças de comportamento na sociedade. É assim que funciona a Vigilância Sanitária Municipal, a Visa/Campos que, de 2009 até o ano passado, realizou quase 30 mil ações diferenciadas dentro dos seus vários projetos, além de fiscalizações, palestras, treinamentos, capacitações e outros. Não é à toa que a Visa/Campos é hoje referência no estado do Rio de Janeiro.

E para isso, a equipe da Visa/Campos não mede esforços, de segunda à segunda-feira, incluindo finais de semana e feriados, sempre que for necessário e que a Barreira Sanitária ou outro órgão requisitar. O gerente da Visa/Campos, Eden Pereira, cirurgião dentista e pós-graduado em saúde pública, que o diga. Além de atender a todo o município quando o assunto e da área sanitária, ele ainda tem sonho de conseguir que uma massa maior de pessoas comungue também de cuidados no assunto: fazer com que seja inserida na grade do Curso de Odontologia, Nutrição, Enfermagem e outros, a defesa sanitária.

Repórter – Para começar, qual é a função da Visa/Campos?

Elden Pereira – Função educativa, preventiva, orientadora e fiscalizadora. A Vigilância Sanitária sempre foi um órgão punitivo e nós temos a filosofia de que nada se transforma sem educação. A partir daí, aliado à fiscalização, implantamos o Setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) que tem dado bons frutos e promovendo mudança de comportamento na sociedade.

Repórter - Mas como mudança de comportamento?

Elden  – Veja bem. Aqui perto da gente, por exemplo, tinha um vendedor de empadas e que não seguia normas sanitárias. Conversei com ele, mostrei a necessidade de mudanças, por exemplo, como colocação de lixeiras, trabalho com luvas, entre outros. Um mês depois ele veio nos agradecer, porque além de tudo, ele conseguiu até crescer sua freguesia. E os demais próximos também começaram a trabalhar da mesma forma que ele, sem precisar de punição, só na base da educação. Além disso, muitos salões de cabeleireiro da cidade já não têm mais aquelas bacias para colocar os pés de molho, usam um gel específico. E por aí vai…

Repórter – Mas as empresas, comércio e outros segmentos estão conscientes da necessidade dessa mudança?

Elden – É aí que entra nosso trabalho educativo, por isso damos tanta ênfase à educação. Mas nós recebemos também muita demanda de empresas pedindo palestras e já estamos até com nossa agenda de agosto tomada. Somos requisitados até por outros municípios, como Belford Roxo, Quissamã, entre outros, porque nos transformamos em referência no estado do Rio de Janeiro. Na recente Jornada Mundial da Juventude, todo município tinha que apresentar um plano de ação em relação aos visitantes. E um mês depois de Campos apresentar o seu plano, ele foi usado como modelo para todos os outros municípios.

Repórter – E esses mesmos segmentos comerciais e industriais estão conscientes de que vocês têm poderes de polícia e não ficam só na base da educação?

Elden – Muitos ainda não e nós temos poderes administrativos, até de fechar um estabelecimento, se for o caso. Mas, primeiro, a gente lança o Termo de Intimação e, caso o responsável não cumpra, recebe auto de inflação. E, ainda não cumprindo, recebe a multa. Mas as pessoas também têm que saber dos seus direitos, inclusive que pode pedir para olhar a cozinha de um estabelecimento, por exemplo, requisitar material de estabelecimento de beleza esterilizado, entre outros. Isso é mudança de comportamento que vai gerar uma ação por parte do que foi visitado…

Repórter   A Visa/Campos agora também está trabalhando em parceria com o Fundecam. Como é isso?

Elden – É uma parceria que está dando muito certo. A gente chega nos locais com nossos cursos e treinamento de boas práticas de alimentos e biossegurança em estabelecimentos de beleza, por exemplo. Na oportunidade o Fundecam apresenta seu programa de microcrédito. Então, uma coisa puxa a outra e para que as pessoas se formalizem, têm que necessariamente fazer os cursos da Visa/Campos para já sair pronto para trabalhar de acordo com as normas de higiene. A mesma parceria acontece no Espaço do Empreendedor.

Repórter – E a fiscalização, entra aonde nisso tudo?

Elden – A fiscalização é feita dentro da medida do possível e de acordo com a demanda. E fiscalizamos de cemitérios a presídios, nestes locais, supervisionando a higiene local, quentinhas fornecidas e por aí vai, já que o Ministério Público nos solicita nestes casos e nós temos que atender. Sem falar nas demandas da Barreira Fiscal, Polícia Rodoviária Federal no casos de apreensões de alimentos e incineração. A demanda é muito grande e permanente. Em quatro anos (2009/2013) foram 13 mil 99 fiscalizações no setor de alimentos, 8 mil 624 no setor de saúde, 1 mil 401 no setor de farmácia, 526 no setor de engenharia sanitária, totalizando 23 mil 650 fiscalizações.

Repórter – E quais os projetos que são desenvolvidos na Visa/Campos?

Elden – Vários. Temos o “Aluno vigilante, professor atuante”, “Interagir para prevenir”, “Comunidade atuante e recicloteca”, “Capacitando o profissional”, “Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde”, “Saúde não tem idade”, “Saúde e qualidade de vida nas empresas”, “Saúde e qualidade de vida nas instituições filantrópicas” e “Capacitação e treinamento interno”. Sem falar nas parcerias para cursos, como já citei, com o Fundecam, além da Codemca e com a Postura, tudo isso gerando em quatro anos, 27 mil 853 ações.





Entrevista realizada pelo Jornal online Campos 24 Horas ao Gerente de Vigilância Sanitária Municipal de Campos dos Goytacazes Elden Pereira
www.campos24horas.com.br


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